Engenheira está entre as 1.058 pessoas do mundo todo que disputam vagas para morar no planeta.
Foi por um e-mail recebido nos últimos minutos de 2013 que a joinvilense Priscila Justus Hamad, 28 anos, soube que está cada vez mais perto de realizar o sonho de ir a Marte.
Ela foi pré-selecionada na primeira fase do Projeto Mars One, que pretende colonizar o planeta até 2023.
Por enquanto, Priscila está entre 1.058 terráqueos que disputam os 24 lugares só de ida para o Planeta Vermelho. Na primeira fase da seleção, 202.586 pessoas do mundo todo se inscreveram. Os brasileiros aderiram em massa à ideia e, em número de inscrições, só perdiam para os norte-americanos e chineses.
Não é possível saber a lista completa ainda. Por enquanto, a direção do projeto informou a cada uma das 1.058 pessoas só por e-mail.
— Fiquei superemocionada. Já estava achando que nem iam mandar mais nada. Deixaram para me avisar no último dia do ano —, disse, na tarde desta quinta-feira, de sua casa, no bairro Santo Antônio, na zona Norte de Joinville.
A empresa não conta todos os detalhes do processo seletivo. Se Priscila passar por outras fases, é bem provável que seja convocada a fazer parte de um treinamento na Terra mesmo, com os outros concorrentes. A sobrevivência no Planeta Vermelho será possível graças às cápsulas construídas para suportar as condições climáticas de Marte.
De início, 50 m² de área serão usados no cultivo de plantas comestíveis com técnicas como a hidroponia e o crescimento acelerado, com a ajuda de luzes de led.
O namorado de Priscila, Felipe Fruit, 30 anos, também tentava uma vaga, mas não foi selecionado. Ele pretende se inscrever novamente neste ano.
— Imaginamos haver muito mais homens do que mulheres, por isso a resposta negativa para ele neste momento —, diz Priscila.
À procura de investidores
Por enquanto, o Projeto Mars One está tentando reunir patrocinadores e investidores para transformar a aventura de colonização de Marte no maior e mais visto reality show da história.
Entre os principais entusiastas do projeto estão o criador do Big Brother, John de Mol, e o Prêmio Nobel de 1999 em física de partículas, Gerardus ‘t Hooft. O comandante da jornada é o engenheiro holandês Bas Lansdorp. Ele promete embarcar os primeiros desbravadores em 2022, chegando no novo lar em 2023.
A estimativa é de que será possível concretizar a primeira fase a um custo de US$ 6 bilhões, usando tecnologias existentes e componentes já desenvolvidos pela empresa SpaceX.
No entanto, os mais céticos não acreditam que será possível uma missão tripulada antes de 2050. Além da joinvilense, a pesquisadora gaúcha Thais Russomano atua como consultora do projeto.