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Pastor Everaldo Pereira pode levar a eleição presidencial para o 2º turno

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Brasil - Eleições 2014

Líder da Assembleia de Deus, maior igreja evangélica do país, pré-candidato do PSC usa discurso liberal e conservador para conquistar insatisfeitos com Dilma

Pastor Everaldo Pereira pode levar a eleição presidencial para o 2º turnoPastor Everaldo Pereira, pré-candidato do PSC à Presidência da República discursa na Marcha dos Prefeitos, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eleições 2014: O pastor-candidato que pode levar a eleição presidencial para o 2º turnoA cinco meses das eleições, pela primeira vez, pesquisas de intenções de votos indicaram que a disputa pelo Palácio do Planalto não deverá ser decidida no dia 5 de outubro, cenário que já tira o sono da presidente Dilma Rousseff e dos idealizadores da sua candidatura à reeleição. A queda de Dilma nas sondagens feitas pelos institutos de pesquisa provocou o natural crescimento das intenções de votos dos seus adversários. Na última rodada de pesquisas, um nome chamou a atenção no meio político: com 3% da preferência do eleitorado, segundo o Datafolha, o pastor Everaldo Pereira, do nanico Partido Social Cristão (PSC), pode ser decisivo para levar a eleição para o segundo turno.

O desempenho do pastor Everaldo nas pesquisas recentes evidencia o peso de um segmento da sociedade brasileira que, em 2010, ultrapassou 42 milhões de pessoas: os evangélicos. Everaldo é vice-presidente nacional do PSC e pastor auxiliar da Assembleia de Deus, maior igreja evangélica do país, com 12,3 milhões de fieis – 28% do total. Ele nasceu e foi criado na Assembleia de Deus Ministério Madureira – dissidência fundada no Rio de Janeiro que, estima-se, reúne a segunda maior quantidade de seguidores, superada apenas pelo Ministério Belém, o mais tradicional.

É fato que a pré-candidatura de Everaldo possui uma série de fragilidades e seria difícil encontrar alguém hoje que apostasse na sua vitória. O PSC é um partido pequeno, ainda não tem nenhuma aliança formalizada e deve conseguir tempo reduzido no horário eleitoral na TV – cerca de 1 minuto e 30 segundos. O maior ativo do PSC é justamente o potencial de votos que o pastor pode arregimentar no meio religioso, caso consiga unificar os apoios declarados das igrejas pentecostais e neopentecostais. Para isso, terá de desenvolver propostas convincentes que ainda são uma incógnita até para os líderes evangélicos.

Eleições 2014: O pastor-candidato que pode levar a eleição presidencial para o 2º turno"Uma grande parte dos evangélicos vota apenas por causa da palavra 'pastor'", vaticina o bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra e ex-deputado federal . "Há uma pré-disposição geral do evangélico e do cristão em ver o pastor Everaldo com bons olhos. Grande parte das igrejas tende a estar com ele, se ele conseguir responder às expectativas na formação das demais agendas."

A tendência é que Everaldo receba adesão de igrejas que tradicionalmente indicam voto em candidatos antipetistas, enquanto a presidente Dilma deve manter a aliança com a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, cuja moeda de troca é o Ministério da Pesca, hoje chefiado pelo pastor Eduardo Lopes (PRB). Igrejas tradicionais, como a Batista e Presbiteriana, tendem a "liberar o voto", sem indicar candidatos.

A Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), que reúne líderes das principais igrejas evangélicas, definirá na próxima semana um calendário de sabatinas com a presidente Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). A entidade quer conhecer o posicionamento dos três pré-candidatos mais bem posicionados nas pesquisas sobre os valores cristãos. "O evangélico busca alguém que o represente na questão do aborto, do casamento tradicional, vida, família e que valorize a fé e a igreja. Estamos num momento muito intenso, de muita pressão e militância das minorias", afirma Rodovalho. No caso de Everaldo, que também será convidado, as igrejas querem descobrir que plano de governo ele apresentará ao país.

"As pessoas já sabem o que o pastor Everaldo defende: sou a favor da vida sempre, e casamento para mim é entre homem e mulher", diz Everaldo.

Privatização – O pastor se define como um político liberal-conservador, de centro-direita, e prega o Estado mínimo. Promete reduzir a cota de cargos comissionados no governo federal e manter apenas vinte ministérios: "Nós vamos passar tudo o que for possível para a iniciativa privada. Vamos privatizar de verdade, não esse engodo aí de concessão com dinheiro do BNDES".

"O balanço contábil é uma maquiagem, os setores produtivos estão penalizados, com carga tributária de primeiro mundo e serviços prestados de submundo. As desonerações são analgésicos e não vão ao cerne da questão", critica.

Everaldo defende a redução da maioridade penal, fala em reequipar as Forças Armadas e as polícias. Uma das apostas dele é incentivar a formação profissionalizante na educação militar. Sobre os protestos de rua, afirma que teria "tolerância zero com baderneiros". "O governo implantou a desordem nesse país. O cidadão de bem está preso em casa e os bandidos estão nas ruas", diz.

Ele convidou o ex-senador Marcondes Gadelha (PSC-PB) para coordenador o programa de governo e Antonio Cabrera, ex-ministro da Agricultura de Fernando Collor, para criar as propostas nos setores agrícola e ambiental. Suas inspirações são dois políticos mineiros, o ex-vice-presidente Pedro Aleixo e o ex-presidente Itamar Franco: "Ele arrumou o país e elegeu um sucessor que não era do seu partido [Fernando Henrique Cardoso]".

PT – Com discurso de oposição, Everaldo nem parece um ex-apoiador da presidente Dilma. Nas eleições de 2010, o PSC chegou a negociar o apoio ao tucano José Serra, mas fechou aliança com a petista. O pastor participou inclusive da frente evangélica em defesa da presidente no debate sobre a legalização do aborto, que marcou a campanha.

Em março deste ano, o PSC anunciou o desembarque da base de Dilma. Everaldo afirma que a legenda havia optado por lançar um candidato à Presidência há dois anos. "Nós decidimos ter candidato próprio em janeiro de 2011, porque o governo do PT aparelhou o Estado para atender seus interesses partidários. Nós não indicamos nem um garçom", diz Everaldo. "O governo deixou de ser dos brasileiros para ser de um partido só, para a hegemonia de um sistema que está vencido no mundo. Não queremos que o Brasil se torne uma Cuba nem uma Venezuela."

Everaldo nega que a candidatura do PSC tenha sido influenciada pela superexposição que a legenda ganhou ao emplacar o deputado Marco Feliciano (SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Ao dar espaço a projetos de lei incentivados por religiosos, o parlamentar foi atacado por partidos de esquerda. "Foram uns detratores e baderneiros. Pior que o Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos foram os mensaleiros na Comissão de Constituição e Justiça", diz Everaldo.

Palanques – Além do provável voo solo na disputa pela Presidência, o PSC tentará dobrar a bancada na Câmara – hoje tem doze cadeiras – e eleger, pela primeira vez, um governador de Estado. Nos principais colégios eleitorais brasileiros, porém, o partido não terá candidatos próprios por estar vinculado aos nomes situacionistas – fator desfavorável à candidatura de Everaldo. O PSC apoia gestões do PSDB em Minas Gerais, no Paraná, onde indicou o deputado Ratinho Júnior para uma secretaria estadual, e em São Paulo, com a nomeação de Gilberto Nascimento Júnior para a chefia adjunta da pasta de Desenvolvimento Metropolitano. No Rio, o PSC abocanhou duas secretarias no governo Sérgio Cabral (PMDB): Ronald Ázaro (Turismo) e outra com o filho de Everaldo, deputado Filipe Pereira (Prevenção à Dependência Química).

Na contramão, Everaldo garantiu recentemente espaço nos palanques do senador Pedro Taques (PDT), candidato ao governo de Mato Grosso, e do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), postulante ao governo do Rio Grande do Norte. Agora, negocia apoio ao senador Lobão Filho (PMDB) à sucessão do clã Sarney no governo do Maranhão. É o que o pastor chama de "remover as pedras no caminho", em alusão a passagens bíblicas. Fiel a sua religiosidade e confiante em uma intervenção divina para chegar ao Palácio do Planalto, Everaldo repete quase em ladainha: “Sou um homem de fé e acredito em milagre”.

Fonte:  Felipe Frazão / Veja

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