O pré-natal pode evitar várias complicações durante a gravidez, sendo essencial para garantir uma gestação saudável e um parto seguro.
O chamado pré-natal é a assistência na área da enfermagem e da medicina prestada à gestante durante os nove meses de gravidez, visando evitar problemas para a mãe e a criança nesse período e no momento do parto.
Durante a gravidez, os pais podem escolher fazer o exame pré-natal, ou seja, diagnósticos para verificar se haverá deformações nos genes e nos cromossomos do embrião ou do feto.
A Importância do Pré-Natal
O acompanhamento pré-natal é essencial para garantir uma gestação saudável e um parto seguro e também para esclarecer as dúvidas das futuras mães.
“O pré-natal diminui os riscos de complicações e mantém o bem-estar da mãe e do feto”, afirma a ginecologista Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite de Sexualidade Feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Com consultas e exames, é possível identificar problemas como hipertensão, anemia, infecção urinária e doenças como Aids e sífilis. Todos esses problemas podem prejudicar a gravidez e a formação do bebê.
Durante esse acompanhamento, a gestante recebe informações sobre cuidados importantes, como aleitamento materno, alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos.
Com relação aos exames, o indicado para uma gravidez sem complicações são os testes de sangue, glicemia, urina, sorologia anti-HIV (que identifica presença do vírus da Aids), sífilis, hepatites B e C, toxoplasmose, rubéola e estreptococo.
Leia também: OMS divulga recomendações de boas práticas para o parto normal
Durante o pré-natal, o médico também pode indicar a necessidade de a grávida tomar vacinas contra hepatite, gripe e dT (dupla adulto contra difteria e tétano) e realizar exames de sangue para verificar os níveis dos hormônios da tireoide, que regulam o organismo da mãe e o desenvolvimento do feto.
Fator Rh negativo
No caso das gestantes com fator Rh negativo, é importante realizar o exame de sangue Coombs indireto. Ele verifica se o organismo dela está produzindo anticorpos contra o sangue de bebês Rh positivos.
Esse problema é conhecido como doença hemolítica perinatal, causada pela incompatibilidade entre os sistemas sanguíneos materno e fetal. Em caso positivo, a grávida toma uma dose da vacina Rhogam por volta da 28ª semana de gestação. Outra dose deve ser tomada até 72 horas após o parto.
Geralmente, a doença não apresenta complicações na primeira gravidez. Nas gestações seguintes pode provocar anemia, icterícia e até quadros de insuficiência cardíaca ou hepática na criança.
Ainda é possível que sejam solicitados outros exames, mais específicos, se a gestação for de alto risco. Quando a mãe apresenta obesidade, diabetes, problemas cardíacos e histórico de aborto.
“Nesses casos, o pré-natal requer maior atenção e a gestante deve ser encaminhada para hospitais ou centros de saúde que possam cuidar melhor da gestação. Mas isso é avaliado e indicado pelo obstetra”, complementa Rosiane Mattar, membro da Comissão de Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A Importância da Primeira Consulta
A ginecologista Amanda Ferreira disse que, na primeira consulta, o médico tem a oportunidade de entrevistar detalhadamente a gestante. Segundo ela, as primeiras questões a serem levantadas são: os sintomas que a paciente esteja apresentando; a história de doenças no passado; detalhes sobre os ciclos menstruais, a prática sexual e o uso de métodos anticoncepcionais; gestações prévias; doenças atuais como pressão alta e diabetes; aspectos emocionais, se a gravidez foi planejada, se está sendo bem recebida.
“São dados fundamentais para se dar início ao pré-natal. A partir daí, deve-se confirmar o diagnóstico de gestação. Existem alguns sinais do exame da paciente que podem ajudar, como o aumento útero, mudanças nas mamas, na vagina e no colo do útero”.
Exames sanguíneos servem para detectar qualquer alteração ou doença que possa acometer a criança ou comprometer o desenvolvimento no útero. Os exames são os seguintes:
Grupo Sanguíneo e Fator RH: para saber se há incompatibilidade sanguínea que leve à destruição das células vermelhas do feto, podendo levar à sua morte antes mesmo do nascimento.
Glicemia: para avaliação da presença de Diabetes Mellitus.
Anti-HIV: para detectar a infecção pelo vírus da Aids.
Exame de Sífilis: essa doença é causada por uma bactéria e pode ser transmitida ao bebê, podendo causar malformações.
Exame de Toxoplasmose: doença causada por um protozoário, também pode ser transmitida ao feto e causar malformações.
Exame de Rubéola: doença viral que pode levar a abortamento e malformações graves.
Exame de Urina e Urocultura: para detectar infecção urinária, o que aumenta o risco de parto prematuro e de infecções mais graves.
Exame de Hepatite B: caso a mãe seja portadora do vírus, pode ser transmitido para o bebê.
Fonte: Ministério da Saúde | Revista Plenitude