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Evangélicos participam menos da vida na igreja

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Pesquisa revela que mais de 60% dos fiéis já não ocupam cargos em suas denominações; participação nas atividades é de média para baixa.

Pr. João O. CamargoA participação dos evangélicos em suas igrejas caiu. Mais de 60% dos fiéis já não ocupam cargos em suas denominações – nem mesmo os mais simples –, e sua participação nas atividades é de média para baixa. A mudança no comportamento foi constatada em pesquisa realizada pela Revista Comunhão.

Os números apontam ainda que menos da metade dos evangélicos participa dos projetos sociais ou missionários de suas congregações. “Uma situação que ocorre em todas as denominações”, observa Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial, empresa que publica a revista.

Novidade

Foi a primeira vez que esse tipo de comportamento, que já vem sendo percebido pelas lideranças religiosas no dia a dia, foi confirmado na pesquisa, realizada anualmente pela revista há 13 anos.

E essa forma de vivenciar a fé, distante de seu exercício prático, deve crescer nos próximos anos, avalia Mário Fernando. Já há pesquisas realizadas por outras empresas, diz ele, que apontam que a participação dos evangélicos em suas igrejas não ultrapassa os 7%.

Nos próximos meses a Next vai cruzar as informações da pesquisa com as do último levantamento divulgado pelo IBGE. A intenção é identificar mais detalhes dessas mudanças e como elas estão repercutindo nas igrejas. Mas Mário Fernando já adianta que o impacto é grande, e não só do ponto de vista administrativo. “Mesmo que a denominação possua uma estrutura profissional, não pode abrir mão do trabalho voluntário de cada fiel”, diz. Há 20 anos, acrescenta, as pessoas eram mais envolvidas com os serviços, e os laços entre os fiéis eram mais fortes.

Evangélicos: A fé longe da práticaEvangélicos: A fé longe da prática (clique na imagem para ampliá-la)

Modernidade

Por trás deste novo comportamento, destaca o cientista social e pastor da Igreja Batista Filadélfia, Elmir Dell’Antonio, está um novo modelo social: uma vida mais atribulada, com muitas demandas econômicas, sociais e até individuais.

Pr. Elmir Dell'Antonio

São fiéis que trabalham em horários diversificados, pais fora de casa, pessoas que estudam, filhos com suas demandas. Uma roda viva onde sobra pouco tempo para as atividades espirituais, diz Dell’Antonio. “É preciso compreender a linguagem deste novo mundo para saber como se comunicar com os fiéis”.

Um estilo de vida acompanhado de problemas mais sérios, que também desembocam nas igrejas: famílias desestruturadas, dificuldades econômicas, doenças emocionais. “Antes os problemas eram suaves, hoje graves”, relata Luis Francisco Oliveira, da Igreja Evangélica Vida, pastor há 20 anos.

Novas abordagens

Situações que têm levado as igrejas, pontua Dell’Antonio, a um processo de adaptação, com a adoção de novas abordagens para absorver este fiel. Presença nas redes sociais, flexibilização dos horários de culto, com transmissão e participação pela internet são algumas das alternativas adotadas.

Mas o processo mais bem-sucedido até o momento foi a criação de pequenos grupos – que alguns chamam de células –, com atendimentos temáticos. “É uma dinâmica que flexibiliza a participação e permite uma interação maior”, diz Dell’Antonio.

Compreensão

Ajustes que demandam compreensão do contexto comunitário, como diz o pastor Aldo Munoz, hoje na Igreja Batista de Santos Dumont, Vitória. Quando atuou em uma missão em Terra Vermelha, Vila Velha, eliminou os cultos matinais do domingo. “Era o único dia em que os fiéis faziam suas compras”.

Em um único ponto, porém, os pastores são unânimes em defender que não pode haver transformações: os princípios bíblicos. “Seguimos o que é mais importante: a palavra”, pontua o pastor João Oliveiro Camargo, da Batista de Colina de Laranjeiras, na Serra.

Grupos pequenos estimulam mais integração 

Na Igreja Batista da Restauração (IBR), em Jardim da Penha, Vitória, não há o tradicional culto nas manhãs de domingo. Nem mesmo escola bíblica. O objetivo foi criar espaço para as famílias, como destaca seu pastor, Luís Henrique Silva. “Foi uma alternativa para as famílias, hoje tão sem tempo, passarem alguns momentos a mais juntas”.

Igreja Batista da Restauração

Outra medida foi antecipar o horário do culto noturno. Isso possibilitou aos fiéis outras oportunidades de confraternização, longe do templo, como visita a amigos, reuniões em restaurantes para jantar ou lanche. “Mas que também é uma forma de congregar, de estar presente na vida do outro”, observa o pastor.

Por lá também são oferecidos cultos semanais e foi intensificado o trabalho dos pequenos grupos, que lá eles chamam de Grupos de Comunhão, os GCs. Uma dinâmica que tem sido bem-sucedida em várias denominações. Por acontecer em dias e horários variados, eles permitem uma participam maior nas atividades da igreja. “Ajudam a driblar a falta de templo, de horários e evitam o afastamento”, observa Nyxon Dutra, membro da IBR.

Ele e a esposa participam de alguns grupos e relatam que alguns encontros são realizados em forma de passeios. Em outras situações, utilizam o espaço para discutir temas atuais, tendo sempre como referência a Bíblia. “Usamos os games, por exemplo, para abordar alguns temas com os jovens”, conta Dutra.

Quem já teve seu tempo tomado pelas demandas do dia a dia sabe o quanto essas alternativas podem facilitar a vida de um fiel. Maiara Soares, nascida em um lar evangélico, sempre participou de várias atividades da igreja.

Tudo mudou quando ela quando fazia faculdade e estágio. “Mal tinha tempo para acompanhar um culto”, lembra a jovem, hoje enfermeira formada. Hoje, como membro da IBR, participa até dos cultos das quartas-feiras, realizado às 19h30.

Fonte: A Gazeta

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